Dados prévios vão balizar a dragagem do porto de Antonina e dar mais segurança à comunidade durante o processo. Além desta, outras sondagens serão feitos durante e depois da obra.

Antes de dar início à dragagem de manutenção do canal de acesso ao Porto de Antonina, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) monitora o meio ambiente e a atividade pesqueira na região. Os dados levantados, além de balizarem a obra, dão segurança à comunidade que, durante todo o processo, podem gerenciar em conjunto as condições em que se encontram a água, a fauna e a flora da baía.

Como explica o superintendente Luiz Henrique Dividino, os levantamentos estão sendo feitos pelas equipes do Núcleo Ambiental da Appa e da empresa de engenharia contratada para a dragagem. “Os especialistas têm monitorado as condições em que se encontram a baía de Antonina – em qualidade da água, volume de espécies e o desenvolvimento da pesca – desde a liberação dos órgãos ambientais para a dragagem. Com as informações, os moradores e pescadores locais podem monitorar, antes, durante e depois, os impactos da obra. Isso garante transparência e segurança nas informações até a conclusão do processo”, comenta.

O monitoramento da pesca foi realizado em quatro entrepostos localizados em Antonina, na primeira semana de novembro e início deste mês. Foram monitorados pontos no Mercado Municipal de Antonina, na comunidade da Vila dos Polacos, na comunidade de Ponta da Pita/Prainha e na comunidade da Vila Portinho.

Os dados considerados foram os tipos, quantidades e características das embarcações, artes e aparelhos utilizados na pesca; os desembarques: quantidade por espécie capturada, por área de pesca, por local, valor da produção; o esforço de pesca, ou seja, número de pescadores por embarcação, duração das viagens; além dos dados sobre a comercialização dos produtos.

Segundo os responsáveis pelo estudo, dados pretéritos também foram considerados, estabelecendo marcos que servem de comparativo com atividade pesqueira em curso na região do estudo.

Dragagem – A dragagem de manutenção do canal de acesso ao Porto de Antonina é a segunda etapa dos trabalhos de dragagem iniciados pela Appa, no último mês de julho. Ao todo, será retirado um milhão de metros cúbicos de sedimentos. Para isso, uma draga com capacidade de cisterna de cinco mil metros cúbicos será utilizada. Com a dragagem, o canal de acesso ao Porto de Antonina permitirá a navegação de navios de até 8,9 metros. Hoje, o calado permitido em Antonina é de 7,10m. A primeira etapa da campanha, que é a dragagem de manutenção do canal de acesso ao Porto de Paranaguá, já está concluída. O custo total da obra é de R$ 37 milhões e está sendo paga com recursos próprios da Appa.

O local de descarte do material dragado sem contaminação será no mesmo local de descarte oceânico da dragagem de Paranaguá – ou seja, distante da costa e sem possibilidade deste material retornar para as praias. A área é licenciada ambientalmente e apta para receber o sedimento. O material contaminado será descartado em área confinada (também sem retorno para as águas do estuário) na Ponta do Félix. Este também é um local licenciado ambientalmente para esta finalidade.

O monitoramento da pesca em Antonina traçou um perfil da atividade, antes do início da dragagem de manutenção do canal de acesso ao Porto de Antonina. Os dados considerados foram os coletados no momento de desembarque. Em geral, os desembarques são oriundos de pescarias artesanais, de pequena escala. Os dados da Vila Portinho ainda estão sendo analisados.

No Mercado Municipal de Pescados, o levantamento foi feito entre 8 e 26 de novembro. No período foram registrados 44 desembarques, por pescadores da Ilha do Teixeira, município de Paranaguá, e das comunidades do Cedro e do Portinho, município de Antonina, foram responsáveis por mais de 50% dos desembarques recenseados.

No local, a pesca de emalhe (uma arte simples, na qual as espécies ficam presas nas malhas da rede, pelo movimento da mesma) foi a mais relatada e as qualidades de bagres e pescadas foram as espécies mais frequentes. Os locais de pesca foram restritos ao ambiente de baía, não havendo relatos de pescarias realizadas em mar aberto.

Na Praia dos Polacos, entre os dias 07 e 26 de novembro, foram registrados 88 desembarques, sendo 98% realizados por pescadores da própria comunidade. O gerival (uma adaptação da tarrafa a uma rede de arrasto) utilizado para captura de camarões correspondeu a quase metade dos registros, seguido pela pesca de emalhe para captura de bagres. Os pescadores se restringiram a pesqueiros localizados no interior das baías de Antonina e Paranaguá, não sendo registradas capturas realizadas fora dos ambientes de baía.

A comunidade de Prainha/Ponta da Pita registrou o maior número de desembarques entre os locais de pesca monitorados no município de Antonina. Entre 07 e 26 de novembro, foram 115 desembarques de pesca, por pescadores da própria comunidade. Com a pesca restrita à baía, o gerival, utilizado para captura de camarões, correspondeu à maior parte dos registros. Diferente dos demais entrepostos monitorados no município de Antonina, nesta comunidade o uso de armadilhas para a captura do siri foi mais frequente que a pesca de emalhe direcionada a captura de peixes, ficando em segundo lugar entre as artes de pesca relatadas pelos pescadores entrevistados.

Fonte: APPA

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