A Mineropar (Minerais do Paraná S.A), empresa vinculada à Secretaria estadual da Indústria e Comércio, já concluiu um detalhado levantamento geológico e geotécnico que mapeou as áreas de riscos do município de Antonina, Litoral do Estado. O estudo mostra os pontos mais suscetíveis a deslizamentos, e é uma importante ferramenta para evitar ou reduzir os efeitos de desastres naturais na cidade. O relatório será entregue nos próximos dias ao prefeito de Antonina, João Domero, pelo presidente da Mineropar, José Antonio Zem.
A equipe da Mineropar avaliou todas as encostas na parte urbana e ocupadas do município numa área de 17 km2. O levantamento é a continuidade do mapeamento do Litoral iniciado em 2011 quando foram apontadas as áreas mais críticas da região.
Segundo Zem, as informações vão auxiliar no plano diretor municipal, no ordenamento do uso e ocupação do solo e também na definição dos focos de monitoramento da Defesa Civil. “Medidas de defesa civil e restrições construtivas reduzem consideravelmente o risco de danos à população, à infraestrutura pública, às atividades econômicas e sociais e ao meio ambiente”, afirma.
O presidente da Mineropar explica que foi desenvolvida uma metodologia específica baseada em métodos de mapeamento da escola de engenharia da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, e da Universidade Federal do Paraná (UFPR). “Criamos um método de avaliação rápido, de baixo custo e de alto grau de confiabilidade”, afirma Zem. Os ensaios geotécnicos em amostras de solo foram feitos nos laboratórios da Mineropar.
Ainda segundo Zem, a elaboração dessa nova metodologia também motivou uma parceria da Mineropar com o Departamento de Recursos Minerais (RJ) e o Instituto Geológico (SP).
MORRETES – O mesmo levantamento será feito em Morretes onde serão analisados os 57 km2 da Bacia do Rio Sagrado. Os estudos fazem parte de um amplo mapeamento das áreas do Litoral mais suscetíveis a deslizamentos e inundações e contam também com a Defesa Civil, Universidade Federal do Paraná, Simepar, Instituto das Águas e outros órgãos.
Desde 2011, estão sendo analisados mais de 4.000 km2 da região. O trabalho iniciou logo depois de uma série de fortes chuvas que causaram mais de 2,5 mil deslizamentos de solo na região litorânea. “É um trabalho contínuo e que precisa ser feito em parceria com as prefeituras que são as responsáveis pelo ordenamento do uso e ocupação do solo”, reforça o presidente da Mineropar.
SISTEMA DE MONITORAMENTO – Recentemente o Governo do Paraná lançou um moderno sistema de monitoramento que tem a capacidade para prever com até três dias de antecedência os eventos meteorológicos e potenciais desastres naturais.
Estão sendo investidos R$ 53 milhões para a modernização do sistema de monitoramento, prevenção e alerta de desastres naturais no Paraná. Os novos equipamentos asseguram a possibilidade de reconhecer eventos climáticos fortes e extremos, como chuva, vento, granizo e tempestades elétricas. Com isso, haverá mais condições para evitar ou reduzir as consequências de desastres como deslizamentos, enchentes, tempestades de raios e também dos desastres de causas antrópicas como, por exemplo, as contaminações ocasionadas por produtos químicos perigosos.
Fonte: AEN